olhar versus sorriso
Sempre gostei de observar o mundo à minha volta, sobretudo as pessoas, e desde que comecei a entusiasmar-me pela actividade do sketching noto claramente que tudo começa no olhar.
Olhar com olhos de ver é um requisito necessário para melhor registar no papel e guardar na memória.
Olhar com olhos de ver carece de atenção plena, e essa concentração meditativa tem um efeito terapêutico, zen.
Também é o olhar que distingue o fotógrafo.
O olhar da Gioconda, tal como o sorriso, é especial. Os seus olhos fixam os nossos mas, ao invés de transmitir qualquer tensão, parecem compassivos.

quarta-feira, 15 de junho de 2016

Visitar capelinhas

Assim que parou de chover e o sol voltou a brilhar, uns dias depois do sketching em Nelas, aproveitei os fins de tarde para passear pelas redondezas desta beira interior em busca de inspiração, preencher o diário gráfico e praticar as perspectivas.

No centro da Vila Franca da Beira desenhei o topo da capela.



Segui para o Ervedal da Beira onde rumei logo a um sítio onde já me tinham levado há alguns anos.
Subi a estreita Rua da Nossa Senhora da Boa Viagem e cheguei à capela com o mesmo nome suponho, pois não tem nenhuma inscrição ou tabuleta.
Aí em cima, sentada num murete, fui desenhando enquanto era invadida por uma sensação de paz.
O calor aconchegante do sol já baixo. 
O silêncio envolvente harmonizado apenas com os sons da natureza, os pássaros, as cigarras.
O cheiro da terra a evaporar as humidades acumuladas e das ervas frescas.
A paisagem em redor, aberta, verde, serra ao fundo, campo até onde a vista alcança, tanto espaço...
Tudo se conjugava para meu deleite e bem estar.



Até o desenho ficou com melhor perspectiva.







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