Rumei ao centro de Lisboa, estacionei convenientemente, e fui a pé para a baixa.
Num dia de sol de inverno, a luz resplandecia na cidade, a temperatura amena graças à ausência de vento, convidavam-me ao passeio contemplativo, à fotografia e até ao desenho no diário gráfico.
No entanto, como tinha um objectivo claro, estuguei o passo na subida para o Chiado rumo ao MNAC.
Quando cheguei à porta de acesso à exposição de Amadeu de Souza Cardoso já lá estava uma fila de gente animada, à espera para entrar.
Enquanto subia a escadaria a par e passo, entretive-me a observar as pessoas, em pequenos grupos, em família com crianças e jovens, casais de todas as idades, e alguns solitários como eu.
Ao fim de cerca de três quartos de hora entrei finalmente e pude contemplar interessantes exemplares das várias fases da obra do pintor vanguardista.
Amadeu de Souza Cardoso - Auto-retrato - 1913 |
Quando saí do museu a fila de pessoas já contornava a esquina do edifício.
Fui ter com as minhas amigas que demoraram a chegar e, perante tanta gente à espera, decidiram deixar a visita à exposição para outro dia .
Almoçámos por ali, numa hamburgaria da moda e ainda tive a sorte de estar um bocadinho com as minhas filhotas que se nos juntaram um pouco mais tarde.
De seguida fomos para a Fundação Calouste Gulbenkian ver a exposição de Almada Negreiros, também inaugurada esta semana.
Mais uma vez a afluência de pessoas era enorme, mas a fila avançava rapidamente, até porque aqui o espaço era grande e podia-se circular bastante à vontade.
Como encontrei uma amiga que não via há uns anitos e tínhamos muito que conversar, confesso que vi a exposição apenas superficialmente, excepto uma ou outra obra que nos puxou a atenção e suscitou mais comentários.
De qualquer forma já tencionava voltar para uma visita orientada.
Almada Negreiros - Auto-retrato - 1927 |
Almada Negreiros - Auto-retrato - 1940 |
É sempre positivo e enriquecedor visitar museus, visionar exposições, mas há algumas que nos enchem mais a alma.
A partilha de obras de arte, trabalhos criativos, manifestações de vanguarda de pessoas extraordinárias que buliram com as convenções, pode ser inspirador e é sem dúvida pedagógico.
A escrita é uma arte que admiro, mas coloco-a num contexto diferente de habilidades de produção intelectual.
De todas as artes, manifestações de sentimentos, sou mais sensível à música e à pintura.
É difícil exprimir em palavras, tanto podem provocar um vazio como um deslumbramento.
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