olhar versus sorriso
Sempre gostei de observar o mundo à minha volta, sobretudo as pessoas, e desde que comecei a entusiasmar-me pela actividade do sketching noto claramente que tudo começa no olhar.
Olhar com olhos de ver é um requisito necessário para melhor registar no papel e guardar na memória.
Olhar com olhos de ver carece de atenção plena, e essa concentração meditativa tem um efeito terapêutico, zen.
Também é o olhar que distingue o fotógrafo.
O olhar da Gioconda, tal como o sorriso, é especial. Os seus olhos fixam os nossos mas, ao invés de transmitir qualquer tensão, parecem compassivos.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

E porque não?

Ao procurar o primeiro desenho que fiz da sala com salamandra, no caderno verde de folhas finas onde iniciei esta actividade, encontrei estes rabisco feitos no verão passado numa sessão de arte e performance organizada pela Sara do Desenho Cru.


Na altura nem me passou pela cabeça partilhar publicamente estas páginas, mas olhando agora para elas, pensei, e porque não?

Não são bons nem são maus, são meus e gosto deles. 
Recordam-me um dia concreto em que me entusiasmei por experimentar algo diferente sem me resguardar de resultados eventualmente ridículos. Uma boa aventura!

Perante o dificílimo desafio, anulei as expectativas e soltei o traço de forma despretensiosa. Arriscar deu-me bastante gozo.

Brincar com as cores e as sobreposições para disfarçar as imperfeições das formas, acabou por dar um certo dinamismo à composição.





Quando o bailarino deu por terminada a sua performance, eu respirei fundo e descomprimi.
Percebi que tinha estado tensa, desenhando obsessivamente sem nunca parar, ansiosa por registar partes dos seus movimentos em contínuo, já que o todo me escapava.

Curiosamente, depois deste exercício tão difícil, pareceu fácil o segundo desafio, desenhar pessoas em pose muito quietinhas. Que alívio!








1 comentário:

  1. Está mesmo giro!!!
    Muito! Todos os desenhos! Mas primeiros tem um charme...
    :D

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