olhar versus sorriso
Sempre gostei de observar o mundo à minha volta, sobretudo as pessoas, e desde que comecei a entusiasmar-me pela actividade do sketching noto claramente que tudo começa no olhar.
Olhar com olhos de ver é um requisito necessário para melhor registar no papel e guardar na memória.
Olhar com olhos de ver carece de atenção plena, e essa concentração meditativa tem um efeito terapêutico, zen.
Também é o olhar que distingue o fotógrafo.
O olhar da Gioconda, tal como o sorriso, é especial. Os seus olhos fixam os nossos mas, ao invés de transmitir qualquer tensão, parecem compassivos.

sexta-feira, 5 de agosto de 2016

The Tall Ships Races - Lisboa 2016

Os grandes veleiros voltaram a Lisboa.
Nos poucos dias que ficam no Tejo, atracados no cais de Santa Apolónia, atraem milhentas pessoas para os visitar, fotografar e, evidentemente, para os desenhar.





Aquelas construções imponentes, cheias de mastros, cabos, velas, bandeiras e bandeirolas coloridas e outros apetrechos, são um desafio alucinante para qualquer sketcher



Numa edição anterior, penso que em 2012, Tall Ships Races passou por Lisboa e não tive oportunidade de a visitar.
Na altura nem sequer desenhava em diário gráfico, mas fiquei deslumbrada com as fotos e vídeos partilhados, sobretudo do desfile de despedida dos barcos na foz do Tejo.

Desta vez foi o convite de uma de nós que juntou cinco amigas rabiscadoras no sábado de manhã, bem cedinho.
Começámos logo a desenhar, mesmo antes do recinto abrir.



A meio da manhã já estava calor, mas ainda conseguíamos estar no sketching ao sol. 
Concentradas ou em pose para a fotografia.
Divertidas, com toda a certeza.


A réplica da Caravela Portuguesa Vera Cruz foi aqui, o centro das nossas atenções. 
Outros barcos que navegavam ao largo também foram registados.




O tempo passou num instante, ao início da tarde já o sol era abrasador e a quantidade de pessoas a visitar o evento era cada vez maior.

Tive dificuldade em fazer boas fotografias porque existiam muitas barreiras e instalações que estragavam o visual quando me afastava para enquadrar um veleiro inteiro ou a perspectiva de vários alinhados.
A maré vazia também escondia uma parte dos cascos.



Podia ter feito mais sketchs?
Podia. 
Omitia os obstáculos, os estorvos estéticos e desenhava as embarcações em todo o seu esplendor.
Podia, mas não fui capaz.
Fiquei esmagada, overwhelm, com a grandiosidade e complexidade dos modelos.
Talvez para a próxima esteja mais preparada e mais afoita.


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