olhar versus sorriso
Sempre gostei de observar o mundo à minha volta, sobretudo as pessoas, e desde que comecei a entusiasmar-me pela actividade do sketching noto claramente que tudo começa no olhar.
Olhar com olhos de ver é um requisito necessário para melhor registar no papel e guardar na memória.
Olhar com olhos de ver carece de atenção plena, e essa concentração meditativa tem um efeito terapêutico, zen.
Também é o olhar que distingue o fotógrafo.
O olhar da Gioconda, tal como o sorriso, é especial. Os seus olhos fixam os nossos mas, ao invés de transmitir qualquer tensão, parecem compassivos.

segunda-feira, 16 de maio de 2016

Vietname - o meu aniversário em Ho Chi Minh City

Regressámos a Ho Chi Minh na véspera do meu aniversário.

Desta vez, como vínhamos num voo doméstico, saímos do aeroporto num instante e foi um prazer renovado sentir o calor na pele, ver o céu azul e o sol a iluminar de cores vivas toda a cidade que nos pareceu ainda mais brilhante e animada. 
Era a mesma cidade, nós é que a víamos com outros olhos.

Para esta última etapa das nossas férias no Vietname a minha filha preparou-me algumas surpresas. 
O moderno hotel de 4* muito bem situado, era todo ele um luxo. O quarto espaçoso com duas camas enormes e uma parede inteira de vidro, janelas de alto a baixo, com uma vista fabulosa apesar do piso não ser muito alto.
Depois de dar notícias a quem nos quer bem e descansar um pouco, tomámos um duche refrescante e arranjámo-nos bonitinhas e perfumadas para sair.



O buliço da cidade já nos era familiar e optámos por ir jantar a um restaurante que já conhecíamos, o nosso preferido POPAGANDA Vietnamese Bistro.
Desta vez pedi um caril vietnamita de pato e tive de comer com garfo e faca porque me foi servida uma perninha inteira com osso. Estranhei porque agora que aprendi e ganhei jeito, prefiro comer com chopstick, pauzinhos. É bem mais elegante...
Já na esplanada do bar do hotel bebemos uma margarita, antecipando um pouco os festejos do meu aniversário.

       

Finalmente o meu dia!
Acordámos sem pressa e o pequeno almoço foi grande. Tanta variedade de tanta coisa boa no buffet que o difícil é escolher, ou não.

Subimos ao último andar para vêr a piscina e as vistas.



Decidímos ir a um museu mas tivemos de aguardar pela reabertura no horário da tarde.
Entretanto como não tínhamos fome para almoçar fômos àquele café só de bebidas e bebemos cada uma um enorme e delicioso batido, ficando alimentadas e frescas.





O Museu da Guerra - Vé Vào Công, é evidentemente um memorial à Guerra do Vietname que começou em 1959 entre o Norte e o Sul após a independência dos países da península da Indochina, sobretudo à fase em que os americanos participaram activamente no conflito, entre 1965 e 1973.
No recinto à volta do edifício estão expostos exemplares da artilharia pesada e máquinas de guerra, aviões, tanques, helicópteros, mísseis, foguetes, bombas, equipamento americano que os vietcongues capturaram ao exército dos E.U.A.
O edifício principal está didvidido em três pisos com várias salas de exposições como - os cartazes da propaganda anti-americana da época, vestígios de guerra documentados com testemhunhos e fotos, os efeitos do agente laranja, armas, fotografias do antes e depois da guerra.
Independentemente do mal também ter sido cometido pelos vietcongues, este museu realça o papel de vítima deste povo e esta realidade, documentada sobretudo com imagens, é atroz, mesmo horrivel!



Saímos de lá cheias de informação e com vontade mas sem tempo, de visitar o Museu da Independência.

Quando regressámos ao quarto do hotel tinha mais uma surpresa da minha filhota - um pequeno bolo de aniversário.



Depois de uma maravilhosa e relaxante massagem no spa do hotel preparámo-nos calmamente para sair.

Um jantar especial num restaurante com cozinha de influência francesa em que até bebemos vinho a copo para brindar às nossas fantásticas férias, à companhia uma da outra e claro, a mim e ao meu 52º. aniversário.
Só o creme brulée decepcionou...
A noite estava agradávelmente quente e as ruas cheias de gente, vietnamitas e turístas estrangeiros, novos e velhos, famílias com crianças, jovens em grupo, muito movimento automóvel e de motos, a agitação e o ruído do costume.

O dia estava quase a terminar mas em Portugal ainda nem sequer estava na hora do meu nascimento.
Adormeci tocada por uma certa nostálgia.


No dia seguinte acordei cedíssimo.
A cidade ainda estava às escuras e quase silenciosa.
Abri as cortinas e fiquei a ver o céu clarear atrás dos altos edifícios.
Mudei de posição e de súbito, numa nesga entre dois prédios, vejo o sol a despontar nitidamente acima do horizonte.
Aqui um novo dia ilumina-se.
Em Lisboa é quase, quase meia-noite. O dia do meu aniversário termina no lugar onde nasci.

Está na hora da despedida.
É dia de regressar ao Dubai onde vive actualmente a minha filha.

Bye, bye Vietnam.



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