olhar versus sorriso
Sempre gostei de observar o mundo à minha volta, sobretudo as pessoas, e desde que comecei a entusiasmar-me pela actividade do sketching noto claramente que tudo começa no olhar.
Olhar com olhos de ver é um requisito necessário para melhor registar no papel e guardar na memória.
Olhar com olhos de ver carece de atenção plena, e essa concentração meditativa tem um efeito terapêutico, zen.
Também é o olhar que distingue o fotógrafo.
O olhar da Gioconda, tal como o sorriso, é especial. Os seus olhos fixam os nossos mas, ao invés de transmitir qualquer tensão, parecem compassivos.

terça-feira, 5 de julho de 2016

Avieiros do Tejo

Gosto de viajar.
Não é preciso ir muito longe, basta ir.
As probabilidades de descobrir algum sítio "novo" são imensas e mesmo os lugares revisitados têm outros encantos.

Para variar atravessei o Tejo na ponte de Vila Franca e logo depois virei para norte pelos caminhos agrícolas.
Uma estrada estreita, na larga lezíria, ao longo do rio.
Mal entrei em Salvaterra de Magos segui as indicações para Escaroupim.

Ia na senda do cais palafítico de uma das últimas aldeias de pescadores do Tejo, os avieiros, assim chamados porque descendem de comunidades de pescadores que vieram da Praia de Vieira, no início do século XX, à procura de melhores condições de vida.








Muito difícil, para mim, é pintar a água. Desde a cor aos reflexos passando pelo brilho, nada se parece.
Ainda assim gosto deste sketch e, sobretudo, de ir conseguindo superar, a pouco e pouco, os desafios que me proponho.



Voltei com vontade de reler o livro Avieiros de Alves Redol.


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